"Tenho piada. Muita. É um dom que me acompanha desde
sempre. Não tenho aquela piada para fazer stand-up, mas sim uma natural, que é
bastante útil nas conversas triviais que se tem no dia-a-dia. Não a uso só com
o objectivo de ter sorte com as mulheres. Nada disso. Fazer uma piadola, seja
com a senhora que está atrás do balcão nas Finanças, ou a cortar os frangos no
Pingo Doce, fica sempre bem e corta a distância natural que existe nestas situações.
E são sempre mais simpáticas. Ninguém fica a perder, portanto.
Mas sim, com as mulheres, o meu trunfo é ter piada. As
mulheres gostam de um homem com sentido de humor. Não de palhaços de circo, mas
de um homem que as faça rir. E muito. Não se pode é cair no exagero. Tem-se que
dosear a piadola bem metida a meio de uma conversa, com um registo mais sóbrio,
para não cansar a outra parte.
Tendo piada, nunca pensei muito no facto de ser giro ou
feio. Ou seja, nunca foi esse o meu trunfo ao longo dos anos, por isso, acho
que sempre me achei mais feio do que na realidade sou. E ser giro é apenas um
bónus para mim, porque aposto tudo na capacidade de fazer rir uma mulher. E uma
mulher que se ri com vontade, é uma mulher que me associa
a momentos agradáveis, divertidos e bem passados.
Todos os homens têm que saber jogar com o que tem. Há
aqueles que são giros e que nem precisam de falar para elas lhe acharem piada.
Há outros que usam a inteligência e cultura geral para surpreender uma mulher,
deixando-a cativada intelectualmente. Outros são como eu, piadolas. Há mulheres
para todos os tipos de homens. Só temos é que encontrá-las. Parece mais difícil
do que é."
(em 'O Homem Invisível')
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