Conversas ocasionais.

- Desculpa, não estás no meu coração!
- Como assim?
- (...)
- Então?
- O meu coração é teu.
- Raios, eu vou-te matar. Com essas palavras deixas-me K.O.

Como está visto, não são precisas muitas palavras para conquistar alguém. Apenas são precisas as certas.

Escrito por JD.

A carta anónima.


Existem sentimentos que por mais que o tempo passe por eles, já se tornaram intemporais. Isto acaba por definir a grandeza que criaram dentro nós. Não têm medo de nada. Nem da erosão do tempo, nem da força das palavras, nem da longevidade das saudades. Permanecem firmes ao longo da vida. E por isso tornam-se especiais. É a conjugação de factores que os torna únicos. É uma mistura de amizade com amor, de brincadeiras com seriedade, de abraços e beijos com turras e murras. Com tanta algazarra ficam sem definição. Perdi a noção de como lhe chamar, como me perdi no significado de mim. E de ti. Acho que além de perdido, foi algo erradicado dentro da minha memória a partir do momento que apareceu o ‘nós’.  ‘Nós’ somos tudo aquilo com que os comuns mortais sonham. Temos o que desejamos e é isso que o torna motivo de inveja. Porque não existe algo assim para além do nosso mundo. Um conto de fadas. Feito de príncipes e princesas, de sonhos. Um mundo só nosso onde ninguém ousará entrar. E de onde nós nunca queremos sair. Porque lá somos felizes na plenitude dos nossos seres. Sem medo e sem receios do mundo real. Nesse permanecem apenas os nossos corpos. As nossas almas há muito que se interligaram e viajam. Para aqui. Para ali. Para onde nos completamos. Onde a nossa cumplicidade é rainha e senhora de todos os nossos passos. E as nossas vivências serão as histórias que alguém irá contar aos seus filhos e netos para os adormecerem.  E com isto me despeço, com um obrigado amiga, obrigado amor, obrigado voz da consciência, obrigado ouvinte. Para sempre teu.