Perfume

" Não é uma viagem;
As viagens terminam, mas nós continuamos.
O mundo move-se e nós movemos com ele.
Planos perdem-se,
Sonhos instalam-se.
Mas onde quer que eu vá,
Aí estás tu!
Minha sorte,
Minha sina,
Meu destino...

Inevitável!"

Let the Show begin

Ainda não reparaste?

Só tu ainda não viste. Quando nasceste, já tinhas um propósito escrito no destino:

Não ser mais uma, mas alguém que sobressai no meio da multidão.

Uma cara arredondada. Mas nem isso é uma crítica. É, mais, um elogio que te faço. Algo que te assenta que nem uma luva. Ficas com um ar mais fofinho - se isto ainda fosse possível. É o cabelo que te cai pelos ombros. É a roupa que usas. É o teu ar 'looking for something' que capta a atenção de quem vê. Mesmo nos teus dias menos bons, pareces uma ilusão de óptica. Eu limpo as lentes e belisco-me ao mesmo tempo para ver se és mesmo real ou tudo não passa de um sonho.

E foi quando te 'conheci'.

Já tinhas a minha curiosidade, agora despertaste a minha atenção. Tu és uma modelo. Mas não uma qualquer. Existe algo dentro de ti. Não és oca como as outras. Tens paixão. Sentimentos. Inteligência. Espírito de criança. Quando nada fazia querer, tu és o pacote completo. Tens um exterior. E um interior. Que cativa. Que nos faz ansiar por conhecer mais. Pedir, com jeitinho, para levantares ainda mais o véu. Daquilo que és. Daquilo que queres ser. E é aqui que eu peço que me mates. Que me mates com amor. Que me arremates o coração. O elixir da vida está no prazer de receber um beijo teu. É isso que eu sonho. Será isso que me 'alimentará'. O prazer de saber que amanhã não será mais um dia, mas o dia. O dia em que 

Eu vou ter medo de que ouças o bater do meu coração!

Vai ser impossível não reparares.

Nascemos para sorrir


“Love is passion, obsession, someone you can’t live without. If you don’t start with that, what are you going to end up with? Fall dead over heels. I say: ‘find someone you can love like crazy and who’ll love you the same way back’.

And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I’m not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you’ll come back. Because the truth is there is no sense in living your life without this.

To make the journey and not fall deeply in love – well, you haven’t lived a life at all. You have to try. Because if you haven’t tried, you haven’t lived.”






A imitação do amor

"Há pessoas que não conseguem ver para lá da espuma dos dias. São pessoas para quem o amor é imediato, impensado, imponderado e, por isso, não é bem amor.
Pode ser paixão, pode ter dedicação e empenho, pode até parecer consistente e sério, mas é apenas uma imitação do amor.

É muito fácil imitar o amor. Vivemos rodeados de imagens e sufocados por músicas que nos apelam constantemente para cenários idílicos, casais perfeitos, comédias românticas em que o amor vence sempre a vida ou por amores perdidos que nos roubaram o coração. O amor é um dos nossos motores de vida; quem vive sem ele seca como uma árvore sem água, mas quem vive sufocado nele pode afogar-se em mágoas.

O amor verdadeiro dá muito trabalho. É como um full time job sem folgas aos fins-de-semana e sem ordenado ao fim do mês. É estar lá para o outro, tanto nos dias em que o amamos, como nos dias em que estamos fartos dele. O amor não é feito de palavras nem de grandes gestos românticos, mas de provas, visíveis ou invisíveis, de amor. Não é abstracto nem transmissível: se amamos uma determinada pessoa não podemos passar esse amor para outra. Temos de deixar de amar a anterior, esquecer e recomeçar do zero, senão não é amor, é uma fuga para a frente, uma transferência afectiva, uma solução fácil e prática – tudo imitações do amor.

Talvez a lição mais difícil de aprender acerca do amor seja a de que o amor não se aprende. Treina-se com o tempo, apura-se com a maturidade, mas não se aprende, porque ou o temos dentro de nós ou não o temos. E quem o tem quase nunca o domina. Podemos saber o que seria certo fazer, mas nem sempre o fazemos. Podemos errar, mesmo quando não queremos. Podemos tratar mal os que amamos sem nos apercebermos. Mas quem ama perdoa ainda que não esqueça, quem ama segue em frente, quem ama não se agarra a desculpas, arregaça as mangas e não desiste, porque o verdadeiro amor é o avesso do medo e o melhor aliado da vontade.

Amar é proteger, é acreditar, é construir, é sonhar com os pés na terra. Amar é planear. E depois trabalhar em conjunto para que os planos e os sonhos se realizem. Nenhum amor sobrevive à espuma dos dias, recostado à sombra da bananeira, porque cada história de amor tem a sua própria vida, como uma terceira entidade. E como todos os outros seres vivos, se não cresce, morre.

Uma das maiores lições que o meu filho Lourenço me deu sobre o amor aconteceu quando ele tinha apenas três anos e fez um trabalho de colagens na escola. Na capa de cartolina a educadora escreveu a resposta, de cada criança, à pergunta: ‘O que é o amor?’. O Lourenço disse: ‘O amor é casar, e quando não resulta, é carregar os sacos de compras da mãe que é fraquinha’.

No dia em que encontrar o homem certo que me carregue os sacos, talvez me case outra vez. Mas até lá, há que levantar a cabeça e ver para lá da espuma." `


(Margarida Rebelo Pinto, in Sol)

Saudades, quem não as tem.

Saudade
Significa, nome feminino:

1. sentimento melancólico causado pela ausência ou pelo desaparecimento de pessoas ou coisas, a que se estava afectivamente muito ligado, pelo afastamento de um lugar ou de uma época, ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente;

2. [plural] cumprimentos a uma pessoa ausente; lembranças.

                  morrer de saudades: sentir muito a falta (de)
(Do latim solitāte, «solidão»)

Mas saudade é muito mais que um sentimento. É algo que nos corroí por dentro ainda antes das despedidas. São lágrimas que correm sem se ver. São mãos que apertam o coração. São abraços sentidos. São momentos sem palavras que se prolongam no tempo na ânsia de não acabarem nunca. Sem despedidas.
- Podes ir, eu fico bem.

Mentira. Nunca ninguém fica bem com saudade. Faz-nos lembrar que são importantes. Que sem elas não somos completos. Faz-nos "viver incorrectamente" para voltarmos a não ter saudade. Saltamos momentos que tinham tudo para ser bons momentos. Dias não são dias. No sentido que não parecem os mesmos. Que demoram a decorrer. Concluímos que os sentimentos da saudade não são melancólicos. São dolorosos. Saudade só nos faz sentir pequenos. Não somos ninguém sozinhos aqui. Somos eu, tu, sem nós.
E depois existe aquela palavra que tudo muda.
- Voltei.
Mudou. Começam as palavras como se ainda ontem estivemos juntos. Não existe anteontem nessas pessoas. Existe ontem e o agora. Parece que nada mudou, tudo continua igual. As brincadeiras. Aquelas que passam a ser maluquices. As cumplicidades. Os sorrisos. As lágrimas. Os abraços. Será que tivemos separados e tivemos saudades? Nem estivemos separados sequer.

- Até Setembro.

Os Cegos


Discussão. Outra discussão.
O que me chama a atenção é o exterior. É o teu marketing. Quando mais bem feito estiver, mais vontade eu tenho de olhar. Quando tu passas, o corpo pára. A cabeça roda. Os olhos brilham. És como um raio de sol num dia chuvoso. É aquela beleza estonteante que me chama a atenção. Tu não sabes andar de saltos altos. Tu deslizas. Existem os trapos. E existem os trapos em ti. Que te assentam que nem uma luva. Parecem desenhados para ti. Existe o teu cabelo, solto a esvoaçar. Parece que o vento só existe para lhe dar um toque especial. O do movimento. O mundo suspende-se enquanto tu passas nele. E existe uma multiplicidade de produtos de beleza. A que vocês chamam de maquilhagem. A que eu chamo de mundo desconhecido. Mas os pequenos toques que dás em ti própria deixam sobressair ainda mais uma coisa. A tua beleza. A pureza da inocência. Isto é o que faz o meu coração palpitar que nem louco quando te vejo.
Mas não existe bela sem senão, e o marketing só funciona quando o produto vale mesmo a pena. Não te tratando como objecto. Longe de mim. Apenas associar ideias desconectas para explicar pontos de vista.
E se era o teu exterior que me faz olhar para ti, é o teu interior que me faz ficar preso a ti. E tudo começa naquele “Olá” envergonhado, que me faz achar-te ainda mais graça. Não existe o adjectivo “convencida” em ti. Existe confiança na tua pessoa. Existe aquele sorriso malicioso. Aquele que me faz pesquisar piadas e fazer graçolas para o ver outra vez. Existe aquele piscar de olho cheio de doçura como que a dizer – por hoje é tudo, amanhã tens mais um pouco de mim. E a tua bipolaridade cativa-me. Saberes quando tem que ser sério. E quando não tem. O teu gosto pela palavra que faz com que passemos horas à conversa sem dar pelo tempo passar. Sem haver tempos mortos. Nem constrangimentos. Apenas a descoberta do outro. E dos outros. E de nós. De mim. De ti. Mas também existe o ombro amigo. Quando necessário. Saber que estás aqui, mesmo quando não estás. A tua presença nota-se mesmo quando estás ausente. Mas do teu corpo existe o colo. Onde me aninho. Onde adormeço. Onde as tuas mãos me ajudam a adormecer. E perder-me. Perder-me em sonhos. E os teus lábios que me acordam. Existem os gostos comuns. Por filmes. Por séries. Por música. Passatempos. Actividades. O gosto pelo ar livre. Pela brincadeira. O voltar a ser criança (aquela que nunca conseguimos perder). O teu feitio, que não me enerva. Complementa. Acima de tudo consegues, sempre, ser tu. Em todos os momentos.
O que é bom no teu mundo não foi o “entrar”. Mas o não conseguir “sair”.
Discussão. Outra discussão.




(https://www.facebook.com/photo.php?fbid=384399934909698&set=a.384394088243616.108624.129255280424166&type=1&theater)



(Visão futurista do que espero na realidade.)

Perdido no meio das folhas

"Lembro-me agora que tenho de marcar um encontro contigo, num sítio em que ambos nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma das ocorrências da vida venha interferir no que temos para nos dizer. Muitas vezes me lembrei de que esse sítio podia ser, até, um lugar sem nada de especial, como um canto de café, em frente de um espelho que poderia servir de pretexto para reflectir a alma, a impressão da tarde, o último estertor do dia antes de nos despedirmos, quando é preciso encontrar uma fórmula que disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É que o amor nem sempre é uma palavra de uso, aquela que permite a passagem à comunicação; mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale, de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio ser, como se uma troca de almas fosse possível neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde, isto é, a porta tinha-se fechado até outro dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que é também a mais absurda, de um sentimento; e, por trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas, que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros."


Obrigado a quem me mostra estes textos!

João Pedro


"“Por favor não vás, por favor não vás, por favor não vás.”


Eram estas as palavras que ia repetindo entre dentes, para mim mesma, enquanto o trânsito infernal que Lisboa tem na hora de ponta me ia impedindo de chegar até ti. Como é que nem me lembrei disto? O sol entra-me pela janela do carro e sinto-o a queimar-me a cara. Tento ter calma, mas a minha impaciência ridícula é imensamente mais forte do que eu própria gostaria que fosse. Um dos defeitos que sempre soubeste apreciar, com a destreza carinhosa que tens, sempre tiveste, de gozar comigo e, ainda assim, conseguir fazer-me sorrir.

Continuo aqui, a poucos quilómetros de ti. A poucos minutos do nosso café em Belém. A poucos minutos do nosso chá das cinco (fosse a que hora fosse, para nós, ia ser sempre “o das cinco”), a poucos minutos das conversas de tudo e de nada, da madura cumplicidade, da prendida criancice. Quem esperou tanto, até hoje, até ao agora, também espera mais estes minutos e aguenta os poucos quilómetros que insistem em ainda nos separar.

Com toda esta demora, é inevitável percorrer as linhas, laçados e entrelaçados dos últimos anos da minha vida. Da minha vida sem ti. A minha ausência. Os anos em Paris. A aventura. A luta e procura de um sonho. A falta que me foste fazendo. Pode ser que hoje te confesse que não parei de te amar, que nunca existiu Jean Pièrre algum. Que a melhor desculpa, ou pelo menos a mais fácil, foi exactamente essa. Um cliché no qual tinha a certeza que ias acreditar. Conhecia-te bem, conhecia as tuas fraquezas e sabia o medo que tinhas dessas terríveis trivialidades. Dizias que um simples lugar-comum podia arruinar a essência de uma história. Neste caso, fiz com que arruinasse a nossa. Fugi. Fugi de tudo o que era nosso. Fugi para um mundo que não era o meu e, mais importante ainda, não era o teu.

Como me faz falta o teu sorriso. Foi o que mais falta me fez durante estes anos. Desse teu sorriso meigo e cativante. O sorriso que fez com que me apaixonasse por ti. Lembras-te da noite em que nos conhecemos? Não conhecia ninguém do teu grupo de amigos, a minha prima arrastou-me até vocês. Eu sem vontade de sair. Ela a fazer-me a cabeça em água até eu concordar nesse estanho café. Obrigou-me a vestir um dos vestidos dela (um que eu nem gostava) e fui, contrariada. E encontrei-te. Aliás, encontrámo-nos. Um ao outro, um no outro. O sorriso apareceu (o meu, o teu). O beijo apareceu à porta de minha casa, insististe em acompanhar-me. Nasceu ali qualquer coisa que continua sem ter uma definição certa. Beijaste-me logo nessa noite, sempre foste impulsivo, sempre te entregaste a tudo incondicionalmente. És o meu oposto, acho que isso sempre fez com que nos completássemos tão bem. Mas com o tempo, a nossa história tornou-se monótona. O tempo, que não cura nada de nada, que apenas destrói e corrói seguranças. A nossa existência tornou-se uma uniformidade constante que me prendia e sufocava. Subtilmente, ias-me cortando as asas. E bem sabias que o meu sonho era voar… Foi por isso que tive de me desprender de tudo o que era nosso. De nós, de ti, de mim própria.

No entanto, voltei. Voltei, e espero ficar. Espero que me perdoes. Desculpa se precisei de te magoar para perceber que sim, que quero voar, mas quero levar-te comigo. Quero arrancar-te os pés do chão. Perder-me contigo, perder-me em ti. Sinto a tua falta, João Pedro. E faço o que for preciso para te ter outra vez, juro que volto a conquistar-te.


“Por favor não vás, por favor não vás, por favor não vás.”


Estaciono o carro rapidamente (que sorte em encontrar um lugar tão perto!). Retoco o batom com a ajuda do retrovisor e saio apressada. Corro pela passadeira. Finalmente, entro. Encontrei-te logo, e é inevitável sorrir-te. Retribuis-me o sorriso, aquele sorriso, que continua igual! Dás-me a esperança de que tudo pode dar certo. Sem surpresas desagradáveis. Sem arrependimentos, desta vez.


“Conta-me coisas.”

E isto sou eu a pedir-te que me deixes ficar.


“O que queres saber?”


“Fala-me de ti, da tua vida.”

E isto sou eu a implorar-te que me deixes ficar. Voltei, e voltei por ti."

A sombra será sempre algo que não estará destinado à tua pessoa, anónimo.

Pictures

A simplicidade de uma amizade está no prazer de pequenos momentos!

(Fotógrafa: Margarida Gonçalves)

Maria Clara

"“Conta-me coisas.”
Fico atónito. Apetecia-me responder-te “uma coisa, duas coisas, três coisas”, não era o que me dizias? Mas não, sorri-te com a maior brandura e respondi-te apenas
“O que queres saber?”
“Fala-me de ti, da tua vida.”
Sim, claro. E tu esperas que, depois de tantos anos sem me dares uma única notícia, eu chegue ao teu lado e aja como se nada fosse. Não, claro que não. Estava furioso, apetecia-me atacar-te, atirar-te à cara o estado em que fiquei quando cheguei a casa naquele dia, à nossa casa, e encontrei aquele teu bilhete. O bilhete em que me confessavas a tua paixão efémera e impetuosa por um qualquer Jean Pièrre que te roubou o coração. Que ias para Paris e que não ias voltar. E eu? E eu fiquei na merda, e nem tu imaginas como. Só quiseste saber do teu Jean Pièrre e ignoraste por completo o que EU sentia por ti. Alguma vez existiu maior cliché?
Cabra. Alguma vez pensaste em mim? Em nós? Em tudo o que eu tinha feito por ti? Tudo o que eu mudei para te agradar? Não, é claro que não pensaste. Fugiste de mim sem deixar rasto, escapaste-me por entre os dedos. E o pior de tudo é que, assim mesmo, eu não consigo odiar-te. E também não consegui responder-te que não quando me ligaste a dizer que estavas em Portugal, quando me pediste para ir tomar um café contigo a Belém (e não podias ter escolhido um sítio que não fosse nosso?). Um café, só um café. Não consegui inventar a mais pequena das mentiras, não consegui dizer que estava fora e que não ia dar. Não. Arrisquei, mais uma vez, bater com a cabeça na parede. Por ti. Será que não entendes? Não entendes que me estás a devolver a esperança em nós? Num nós no qual o fluir dos anos me levou a desacreditar? Será que não compreendes, de uma vez por todas, que eu te amo, amei e vou amar até as galinhas terem dentes? Que és a mulher da minha vida? Que voltares é estares a dizer-me sim?
Eu juro que tentei, tentei amar outras mulheres. Seduzia-as. Deixava-me seduzir. Tentei amá-las como te amo a ti, de corpo e alma. Mas a umas amava só de corpo, a outras amava só de alma. Nunca as deixei entrar na minha vida, pelo menos da maneira que te deixei entrar a ti. Há já muito tempo que me conquistaste o coração, naquele dia em que apareceste sorridente no teu vestido cor de rebuçado e sapatos de salto alto, pretos. Vieste na tua condição de amiga da amiga do outro amigo, amigo de sei lá eu mais quem. Vieste. Vieste, e ficaste. Amaste-me num amor candente, violento, apaixonado. E para quê? Roubaste-me o chão assim que te fartaste. E foste, com a mesma fugacidade com que decidiste aparecer na minha vida. Foste, e agora voltaste. E eu não te consigo mandar embora.
Maria Clara, eu espero que valhas a pena, espero mesmo. Espero que, desta vez, fiques. Espero que não te cruzes mais com nenhum Jean Pièrre que nos venha a estragar tudo, outra vez. Espero, desesperadamente, que esta tua demora seja só devida ao trânsito na A5. E espero não estar a fazer figura de parvo, aqui sentado à tua espera.
Estonteado por tantas memórias que me vão penetrando a mente e tirando a razão, dou por ti a entrar porta dentro, apressada. E bela, incrivelmente bela. Não vens vestida com cor de rebuçado, mas vens irremediavelmente sorridente, sempre. E dou por mim a sorrir-te como se nada fosse.
“Fala-me de ti, da tua vida.”
E ali ficámos nós. Nós não. Eu e tu, pelo menos por enquanto. Porque não penses que te vou deixar voltar assim, sem mais nem menos. E vais ter de batalhar para entrares na minha vida outra vez. Mal tu sabes que nunca dela saíste… Eu e tu. Com remorsos, pesares, gargalhadas e bolachas de manteiga. E, claro, o tão nosso Earl Grey. Sem café, sem leite. E assim ficámos, prontos a desvendar os enigmas dos anos em que, supostamente, não fizeste parte dos meus dias."

Uma pessoa anónima que merecia que o seu nome fosse conhecido pelo... mundo!

All over again.

"Nunca me vais deixar, pois não? Vais continuar a alimentar este vício, esta coisa estranha que nos liga à qual em outros tempos chamei amor. Insistes, persistes, não desistes. Abraças, sorris, beijas. Reencontras em mim a parte que, em tempos, vivia de ti, era louca por ti. Pelo teu cheiro, pelo calor do teu corpo agarrado ao meu, pelo teu olhar arrojado que sempre captou o âmago do meu ser. Ainda hoje, no agora, continuas a olhar-me assim, talvez seja isso que faz com que eu continue a sorrir-te também da mesma maneira.
O telefone toca, vejo o teu nome a lampejar no visor. Tento conter o aperto no peito, respiro fundo, atendo.
“Meu anjo, meu amor, onde estás? Quero ver-te, tenho saudades tuas.”
Dou por mim já sentada num dos degraus da calçada, à tua espera, sem perceber o porquê. Apareces e eu fixo o olhar em ti. Estás tão diferente. Vê bem o que estes anos nos fizeram!... Aproximas-te, procuras instantaneamente a minha mão, apertas-me com força, como se ninguém me pudesse arrancar de ti naquele instante. Dás-me um beijo ao de leve na testa, terno como sempre soubeste ser quando estás comigo, e sentas-te ao meu lado. Tens o dom de me dar a volta à cabeça, e a parte perigosa é que tens mais do que consciência disso. Sempre foste um jogador e é isso que me faz duvidar do que continuas a querer de mim. Eu estava mesmo doida por ti, era um amor vívido e impetuoso, deste-me a volta à cabeça, fulminaste-me o cérebro, arrastaste-me o coração. Tinhas-me na mão. Mas o teu melhor trunfo e as tuas jogadas mágicas e algo malévolas foram também o que te levou a fraquejar. Obrigaste-me a entrar numa brincadeira que aprendi a jogar. Sem te aperceberes, já te movias sob as minhas regras, no mesmo tabuleiro e com as mesmas peças. Circunstâncias diferentes, tudo tem e acaba por mudar, não é?
Beijaste-me, e eu não te impedi. De olhos fechados, pensei num presente em conjunto que sei não existir. Pois és passado, nunca conseguimos fazer com que a nossa, digamos, história, valesse realmente a pena. Será que estamos mesmo condenados a isto, a viver desencontrados? Sei que tivemos um começo, um início. O meio é difícil de encontrar, está longe de ser algo nítido e perceptível. Sei que agora é tudo uma enorme escala de cinzentos, e que este relato da nossa conturbada existência está distante de um final. Connosco nunca nada foi a preto ou branco, foi sempre assim, uma interminável sucessão de cinzentos. Sempre, sempre. E o maior problema é que vai continuar a sê-lo.
Despeço-me de ti. Desta vez, sou eu que te beijo. Um beijo quente e fugidio. Sorrio e venho embora. Conheço bem a parte de ti que é previsível, sei que os teus olhos seguem os meus passos, a afastar-me.
E sabemos os dois… é só um “volto já”."

O anonimato é algo que não condiz com a beleza da tua escrita.

Isto não é meu, nem teu, nem sequer nosso... é deles.

Uma amiga, uma paixão comum: a escrita.

"Inspira.

E fechas os olhos. Susténs a respiração por meia dúzia de segundos e isolas-te do resto do mundo. É na chuva que encontras as notas e acordes das tuas músicas, as que ainda tens por compor. O tempo pára nesse pequeno interlúdio, onde o limbo do silêncio dá lugar à doce melodia cantada e tocada pelos deuses. Tudo toma forma na tua cabeça, vais desenhando casa intervalo, cada figura rítmica. Sentes a paixão à flor da pele, arrepia. Inspiras-te nos lugares onde a música de tempestades passadas te deixaram. E, curiosamente, essas lembranças não te trazem a mais ínfima ponta de desespero; por outro lado, dão-te força e coragem para ultrapassar obstáculos. Sempre adoraste as mais bruscas mudanças de tom. É incerto, arriscado, mas assombroso como fazes sempre com que tudo soe na perfeição.

Expira.

E sorris. Estou uns passos à tua frente, encharcada pela chuva que teimava em cair, marcando o compasso da tua, da nossa, vida. Devolvo-te o sorriso. Conheço bem a tua loucura, e tu sabes disso. Corres para mim com trovas nos lábios. Beijo-te e danço para ti. Como sei o quanto adoras… Continuas a trautear e acompanhas-me. Nenhum de nós tem medo do desvairo e do devaneio do ser. A espontaneidade vai-nos iluminando a alma, aquecendo o peito.

Apaixonados, amantes ou nada, sei que somos dois loucos a deambular à chuva, acreditando encontrar o que o resto do mundo pensa ser utópico. Mas tu vais-me lembrando… Os outros é que estão errados. A nossa história de efemeridade continua a ser uma melhor opção aos anos de melancolia e solidão. E esses tais anos, meu amor, nunca irão vingar na imortalidade da nossa existência.

Respira.


E abraças-me contra a morte."

Onde ela prefere manter o anonimato e apenas contam as palavras, os sentimentos.

Amigo não empata amigo.

 Por Inês Henriques, em
https://www.facebook.com/pages/Perspectivas-por-In%C3%AAs-Henriques/291762254211167

Die Gottesformel

'Sabes, as pessoas passam pela vida como sonâmbulas, preocupam-se com o que não é importante, querem ter dinheiro e notoriedade, invejam os outros e esmifram-se por coisas que não valem a pena. Levam vidas sem sentido. Limitando-se a dormir, a comer e a inventar problemas que as mantenham ocupadas. Privilegiam o acessório e esquecem o essencial.'

(...)

'Mas o problema é que a morte não é uma abstracção. Em boa verdade, ela está já aqui ao virar da esquina. Um dia, estamos nós muito bem a deambular pela rua da vida como sonâmbulos, vem um médico e diz-nos: você pode morrer. E é nesse instante, quando de repente o pesadelo se torna insuportável, que finalmente despertamos.'

Novela I

(...)

- Gosto de você.
- Gosta de mim como? - perguntou ela.
- Do único jeito de gostar de alguém.

Ela sorriu, deu-lhe um pequeno beijo e fugiu.

(...)

Verdade nua e crua

“Sonhos. Todos os têm. Alguns bons, outros ruins. Alguns tentam realizá-los, outros, tentam esquecê-los, ou simplesmente fingem que eles não existem. Alguns de nós, têm apenas pesadelos. Mas não importa o quanto você sonhe. De manhã, os sonhos são interrompidos, a realidade insiste em interrompê-los.”

Inspiring moments


"Any man who can drive safely
while kissing a pretty girl
is simply not giving the kiss
the attention it deserves."
(Albert Einstein)

Mulheres. Quem as entende!

(...)

- "Wow, vocês vêm coisas que eu não vejo. Já te disse, as pessoas que realmente me adoram, ou hão-de adorar, têm que se apaixonar por mim quando eu sou eu mesma e digo disparates sem parar, tenho fobias assustadoras, apanho o meu cabelo num nó e visto-me sem graça com uns jeans rotos e uma t-shirt qualquer."

(...)

A beleza está na simplicidade. Assim tens tempo para fazer o que sabes melhor: ser tu própria. Aprenderam?

Em diálogos de Clark Kent.

Valentine's Day

- Feliz Dia dos Namorados - pensei eu.
Mas namorado de quem? De ninguém. Apenas me deu para pensar no que faria. Para começar, raptava-a. Vendava-lhe os olhos. A partir de agora, começaria o mundo da ilusão. Da surpresa. Do suspense. A ideia era não saber para onde ia. Era o coração palpitar apenas no final. Os olhos brilharem. A boca secar. Quando por fim lhe tirava a venda, estávamos num avião. E ela perguntava

- Porque?

Porque foi a maneira mais simples e real que encontrei de te levar às nuvens - respondo eu com um sussurrar perto do seu ouvido. E como não queria que o 'sonho' acabasse, cortava-lhe a fala com um beijo apaixonado. Todo o dia seria repleto de momentos

- Deixaste-me sem palavras.

Quando começamos a descer, uma pequena lágrima se formou. A paisagem vista por aquela janela quadrangular e minúscula era deslumbrante. O paraíso estava à frente de nossos olhos. Uma ilha praticamente deserta. Uma cabana. Um regalo verde de árvores que envolviam tudo o resto para lá da praia. O avião começa a flutuar à beira-mar. Era a nossa deixa para sairmos. Pegamos num pequeno bote e saímos porta fora que nem aventureiros. Ela com um sorriso, eu com uma lancheira.

- O que é isso?

Logo vês. O dia é teu. É pensado em ti. No meu amor por ti. Em plena praia, era altura de revelar a segunda surpresa. Abri a lancheira. E lá dentro todo um mundo de produtos afrodisíacos. Desde champanhe. A morangos. Sem esquecer o chocolate. E baladas. Baladas essas que iam estar presentes durante toda a tarde (e que iriam ser recordadas para todo o sempre). Lá no fundo, encontravam-se os fatos de banho. Queria que tudo e todos vissem a nossa paixão. Cantar, dançar, então porque não nadar com golfinhos.

Quando acabava o dia, a viagem de regresso. Abraçados um no outro. Mergulhados em recordações. Voltas e voltas no ar. Já que a levei às nuvens durante o dia, queria-lhe mostrar as outras estrelas durante a noite. E o avião pousa. A porta abre. E para surpresa das surpresas, toda a gente conhecida se encontra no aeródromo. Os pais dela. Os meus. Os nossos amigos. Os nossos familiares. Todo o mundo. Os companheiros de viagem. Estupefacta diz

- O que estão todos aqui a fazer?

Tapei-lhe a boca com um dedo. Era a altura.

- Olha para o relógio. O dia dos namorados acabou. É altura de voltarmos a por os pés em terra. Por isso os convidei - (entretanto ajoelho-me e retiro o anel do bolso) - precisava de testemunhas. Testemunhas que comprovem o meu amor por ti. Que nos aceitem como somos e naquilo que fazemos.
Queres casar comigo?

E assim começou o primeiro dia do resto das nossas vidas.
(Clark Kent)

Ideias desconexadas

Em conversas 'parvas', surgem excertos excelentes.

(...)
Eu: Que fiz eu?
Ela: Tens sempre resposta para tudo.
Eu:                                       .
Ela: Então? Não tens resposta agora?
Eu: Ter tenho. Mas quero que te sintas importante e aches que me deixaste sem palavras.
Ela: Tu 'matas-me'.
(...)

Em diálogos de Clark Kent.

O tempo...

4 minutos.
Prestes a sair de casa nunca imaginaria que a minha vida iria mudar dentro de quatro minutos. Continuei a minha rotina, tal como em todos os outros dias. Não iria ser diferente. Bebia o meu café com leite acompanhado de torradas de manteiga quando olhei para o relógio

- Upsss... Estou atrasado!

Apressei-me para sair de casa. Peguei no casaco e no cachecol (é Inverno aqui). Faltavam-me apenas as chaves e estava pronto para sair de casa.

3 minutos.
Assim que abri a porta, deparei-me com um frio gélido. O vento era sufocante. Parecia que me cortava as bochechas ainda rosadas pelo calor do lar. Ajeitei-me. Tentei tapar-me de todas as maneiras e feitios. E corria. Corria para o carro tentando passar por entre as rajadas de vento.

- Porque não o deixei mais perto, ontem quando cheguei a casa - pensei eu para os meus botões.

O frio apoderou-se de todo o meu corpo. Era impossível ganhar às temperaturas negativas aquela hora da manhã.

2 minutos.
Quando entrei no carro, só queria ligar o ar condicionado. Aquecer a cara. Mãos. E pés. Mas para piorar o início de um dia antárctico, o carro não pegava. Tal como eu, ele congelou. Estava sem vida. Após breves momentos, o click. A chave parou de rodar. Ele ligou. Esfregava as mãos veemente, enquanto o vidro descongelava. E massajava as bochechas. Ia ajeitar o espelho, quando reparei

- Como estou despenteado.

Com os dedos em forma de pente tentei-lhe dar um jeito. Uma forma. A possível dentro das circunstâncias. Senti o aroma do meu perfume no ar.

1 minuto.
Viajava com ambas as mãos no volante mas distante. Não prestava grande atenção ao que estava a fazer. Apenas cantarolando a música que dava na rádio. Uma após outra. O caminho ia passando. A paisagem mudando. Até que cheguei à passadeira. Abrandei e

- Foi quando te vi pela primeira vez!

Os meus olhos fixaram-se nos teus. Em ti, em todo o teu eu. Trocamos aquele olhar. O famoso olhar. E sorrimos. Sorrimos para eternizar o momento. E tudo começou assim...

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“A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a maior paixão ou nos diz que nunca se sentiu assim. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma o homem vulgar no nosso Príncipe é ele querer ser o Homem da Nossa Vida. E há alguns que ainda querem.
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista, porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo. Ouvem-nos com atenção e carinho porque querem habituar-se à música da nossa voz, entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar.
Podem parecer menos empenhados ou sinceros que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução. Eles querem ter a certeza de que não se vão enganar.
O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos, é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos.
Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no Voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz “Amo-te”, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre.
Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos, é o que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer não é o melhor namorado do mundo, é o melhor marido do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha para nós todos os dias. Que quando está cansado fica em silêncio mas nunca deixa de nos devolver um sorriso.
O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes.
Ora, com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos?
É fácil.
Primeiro, é preciso aceitar que, às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que, um dia, podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois é só deixá-lo ficar um dia após o outro… Se for mesmo ele, fica.”

(por Margarida Rebelo Pinto)

Politiquices

O Sr. Cavaco Silva, vulgo Presidente da República nas horas vagas, abdicou do seu salário no valor de 6500 euros para começar a receber as suas pensões que são de cerca de 10000 euros mensais. Inteligente o nosso chefe de estado que todos os anos diz que temos que fazer sacrifícios porque estamos numa época de recessão económica. Chegou, inclusive, a dizer que seria benéfico emigrar. O que não é totalmente verdade. Contudo, o pobre coitado diz que

- Quase de certeza que não vai dar para pagar todas as despesas.

Imaginem que o homem ganhava 485 euros, o valor do salário mínimo em Portugal. Nem quero imaginar o sofrimento. A depressão. As dificuldades. E se tivesse que alimentar uma família com esse dinheiro, então seriam todos pedintes. O senhor que é Chefe de Estado, representa a República Portuguesa, garante-nos a independência, e por ai a fora, se não se sabe governar a si, como pode governar um país?
Felizmente, outro senhor discursou. Falou e disse

- Sacrifícios são para todos! A começar no Presidente da República até...

Que frase mais sensata. E que bom que seria se fosse aplicada mesmo a todos!

It's just the moon

Moral da história:

“Tenho de te contar uma coisa e é já. Eu tinha dez anos, estava a ver televisão, e surge o anúncio que vão estar uns pinguins no Jardim Zoológico de Lisboa. E eu vou ter com o meu pai e peço-lhe:

 - Eu quero ir ver os pinguins no Jardim Zoológico!

E eu chaguei o meu pai com aquilo, chaguei tanto o velho, mesmo tipo chato, estás a ver?

 - Quero ver os pinguins no jardim zoológico.

E ele dizia-me sempre a mesma coisa, que era:

 - Nós vamos ver os pinguins no Jardim Zoológico, mas tem calma, os pinguins estão lá até Sábado.”

Queres saber o que é que aconteceu a seguir?

 (outro) - Finalmente chegou o sábado, vocês foram ao Jardim Zoológico e os pinguins já lá não estavam.

 - Errado. Profundamente errado, devo dizer-te. Os pinguins ficaram lá de facto até sábado, ok? Só que o meu pai pirou-se de casa antes de me levar lá.

(…)

 - Não queres saber qual é a moral da história?

 (outro) - Conta lá, qual é a moral da história?

 - Se queres fazer alguma coisa, faz! Pá, gostas da miúda? Avança, arrisca. Não esperes. Humilha-te se for caso disso, mas que se lixe viver pelo seguro. Que se lixe o conforto. Às vezes, a melhor coisa que um gajo pode fazer é ir a toda a velocidade com os cornos contra a parede. A sério.

Criancices.

Quando me levantei,
Estava cheio de vontade de fazer xixi.
Como ia a correr,
Tropecei e caí.

Ia a caminho do carro
E por uma senhora eu passei.
Como não tirava os olhos dela,
Um cócó eu pisei!

Cheguei à faculdade
E uma mulher bonita apareceu.
Como gozou comigo,
Transformou-me num pigmeu!

Fui a correr à casa de banho
E olhei-me ao espelho.
Só então reparei
Que mais parecia um fedelho.

Com a vergonha,
Para casa corri.
E para acabar o dia
Quase que morri.

Eu passo a contar porque.

Cai para o meio da estrada
Já que tropecei num limão.
Ia sendo atropelado
Apenas fiquei com um corte na mão.

Comecei a chorar
E senhora me viu.
Ela era vidente
Disse-me ao ouvido que isto previu.

Apercebo-me que sou um rapaz
Um bocado sem sorte;
Mas ela também me disse:
"Rapaz, um dia vais encontrar o norte!"

Isto para vos dizer:
A vida são dois dias.
Já que eu chorei,
Ao menos tu que te rias.

Viver simples, viver feliz

Viver a vida é viver sem pensar no amanhã. Não se deve tirar o significado da frase literalmente, mas compreender! Compreender esquecendo o passado, vivendo o presente e não pensando no futuro. O ditado popular "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje" assenta que nem uma luva nos meus pensamentos. Não digo as palavras por dizer apesar de nem sempre eu as poder cumprir. Por vezes, privo-me das boas sensações da vida porque penso no futuro, no meu futuro. Entenda-se: tenho que estudar. Mas sempre que posso, é com os amigos que quero estar. Com os velhos. Com os novos. Descurando um bocadinho as grandes amizades que tenho, e apenas porque sei que estarão sempre ali, dedico-me a conhecer novas pessoas. Sou um aventureiro, um curioso. Gosto de mostrar o eu que ninguém conhece. É bom sentir-me valorizado porque a primeira opinião a meu respeito é, na maioria dos casos, incorrecta. Adoro falar. Ter longas conversas. Re-descobrir. A ti. A mim. São prazeres da vida. E não existem duas pessoas iguais. Não mostro tudo a toda a gente, nem as mesmas coisas a pessoas diferentes. Mas

- Toda a gente me capta o interesse, até me mostrarem que não têm interesse nenhum.

Meia dúzia de palavras chegam para eu perceber o que és. Detesto pessoas falsas. As que só demonstram interesse porque eu conheço "aquele", ou sou conhecido "ali". E deixo de falar quando não acreditam em mim, mas no que falam de mim. Irrita-me mostrar que sou o que sou e não o que pensas de mim. A consciência sempre foi mais importante que a reputação. Assim se ganham amigos. Assim se perdem. (E os meus verdadeiros amigos já me conhecem, não tenho nada que mostrar. Entendem um olhar, uma frase incompleta, ...) Perco-me nas horas quando estou numa boa conversa. Aquela que flui. Sem pausas. Sem perguntas

- O que fazes?

ou

- O que contas?

Fico colérico quando tal acontece. Não se dá temas à conversa, a conversa é que nós dá temas a nós. É assim quando conheces. É assim quando és conhecido. Importante é não vivermos sozinhos. Não que toda a gente precise de momentos de silêncio. De solidão. Mas os amigos são os melhores presentes que recebes ao longo duma vida. Parafraseando o meu pai, o importante da vida é a amizade. Os teus amigos são as tuas muletas ao longo dela. Cais e eles seguram-te. Queres ver mais alto e eles pegam-te ao colo. Em suma, quando estás com um deles

- Põe o máximo de ti no mínimo que fazes!

"Pergaminho"

Aqui está a minha lista de desejos para 2012:

- Ir ao teatro ver uma peça onde entrem os "dinossauros" portugueses, como José Pedro Gomes, Virgílio Castelo, Ana Brandão, entre muitos outros.

- Ver uma peça de Filipe La Féria.

- Comer, mais saborear, comida preparada por um Chef conceituado. Talvez José Avillez. Talvez Albano Lourenço. Quem sabe

- Levarem-me ao Zoológico. É nostalgia pura. É matar saudades dos tempos de criança.

- Aprender a fazer surf. E a tocar guitarra!

- Ir a um concerto de Verão. Nunca fui e toda a gente diz que é experiência única. Não quero 100 pessoas à minha volta, quero milhares delas. Quero sentir a adrenalina que os cativa a estarem horas ali.

- Ter tempo para voltar a ser monitor. Apenas aconselho a o ser, a quem nunca o foi. E depois falem comigo.

- Quero que me convidem a ir jantar fora. E depois ao cinema.

- Quero passear de mãos dadas! Com um sorriso na cara e os olhos a brilhar (...)

- Passar tempo com os amigos. Não interessa o que fazemos, interessa o tempo que passamos juntos.

- Mas também quero fazer novos amigos. A monotonia é algo que não condiz comigo. Agora fui ver, nem existe no dicionário.

- Adorava receber um portátil novo. Este está a dar o berro.

- Quero livros. Quero tempo para "devorar" livros.

- Começar a fazer a minha biblioteca, numa estante no meu quarto! E adorava pintar todas as paredes. Rasurá-las. Desenhar lá.

- Fazer uma road trip com 4/5 amigos e o dinheiro quase não chegar para voltar. Ter que entrar num comboio a correr e fugir de seguranças. Pedir num restaurante comida que me roubaram a carteira. Basicamente, é viver o que vemos nos filmes.

- Fazer um test drive num carro de competição!

- Fazer uma viagem a Londres ou Roma. Apenas meia dúzia de dias seriam suficientes. (quando começar a trabalhar, acho que quero fazer uma viagem destas por ano - este é O sonho lá mais para a frente)

(texto em falta)

- E chegar às 00:00 do dia 01/01/2013 com a certeza que realizei tudo o que consegui fazer.