O tempo...

4 minutos.
Prestes a sair de casa nunca imaginaria que a minha vida iria mudar dentro de quatro minutos. Continuei a minha rotina, tal como em todos os outros dias. Não iria ser diferente. Bebia o meu café com leite acompanhado de torradas de manteiga quando olhei para o relógio

- Upsss... Estou atrasado!

Apressei-me para sair de casa. Peguei no casaco e no cachecol (é Inverno aqui). Faltavam-me apenas as chaves e estava pronto para sair de casa.

3 minutos.
Assim que abri a porta, deparei-me com um frio gélido. O vento era sufocante. Parecia que me cortava as bochechas ainda rosadas pelo calor do lar. Ajeitei-me. Tentei tapar-me de todas as maneiras e feitios. E corria. Corria para o carro tentando passar por entre as rajadas de vento.

- Porque não o deixei mais perto, ontem quando cheguei a casa - pensei eu para os meus botões.

O frio apoderou-se de todo o meu corpo. Era impossível ganhar às temperaturas negativas aquela hora da manhã.

2 minutos.
Quando entrei no carro, só queria ligar o ar condicionado. Aquecer a cara. Mãos. E pés. Mas para piorar o início de um dia antárctico, o carro não pegava. Tal como eu, ele congelou. Estava sem vida. Após breves momentos, o click. A chave parou de rodar. Ele ligou. Esfregava as mãos veemente, enquanto o vidro descongelava. E massajava as bochechas. Ia ajeitar o espelho, quando reparei

- Como estou despenteado.

Com os dedos em forma de pente tentei-lhe dar um jeito. Uma forma. A possível dentro das circunstâncias. Senti o aroma do meu perfume no ar.

1 minuto.
Viajava com ambas as mãos no volante mas distante. Não prestava grande atenção ao que estava a fazer. Apenas cantarolando a música que dava na rádio. Uma após outra. O caminho ia passando. A paisagem mudando. Até que cheguei à passadeira. Abrandei e

- Foi quando te vi pela primeira vez!

Os meus olhos fixaram-se nos teus. Em ti, em todo o teu eu. Trocamos aquele olhar. O famoso olhar. E sorrimos. Sorrimos para eternizar o momento. E tudo começou assim...

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