Lisboa by yourself

Dois dias na Capital.
Tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Correria para apanhar o metro. Guardar os bens no bolso da frente. Um olho na rua e outro em nós. Os aglomerados de pessoas aqui. E ali. Andar sempre em passo acelerado. “Estamos a perder o autocarro, corre…”. Um verdadeiro pandemónio na minha pacata vida.
Foi como entrar no “Sons e Sabores” por mais que breves momentos. Existem resmas de ofertas culturais e de diversos tipos. Por falta de tempo e conhecimento, apenas Belém. Exposição de Vik Muniz! Soberba. E pelo meio, uma frase que me captou a atenção (e a ti se também pensas que és artista):
- “Acredito que nem todas as pessoas sejam artistas, mas todas as que desejarem ser, possuem tudo o que o mundo tem a oferecer para que, um dia, se tornem. Se eu pude, qualquer um pode.”
Almoço no “Pão pão queijo queijo” com sandes, kebabs, shoarmas. Mas não eram convencionais. Eram com recheios, acompanhantes que eu nunca tinha visto. Erro meu, já tinha. Nos filmes. Apenas estou habituado a ver sandes de fiambre, queijo, não de caril de frango, de coco e peru. Esqueci-me de dizer, a vista era para o Tejo.
Chega a noite, mudam as vontades. Visita pelo restaurante “Kaffeehaus”, tipicamente austríaco. Inspirado em programas culinários (o meu novo passatempo) decidi pedir algo que não conhecia. Algo novo. Estava a experimentar tantas sensações novas, porque não mais uma? Escolhi Gulasch mit Spätzle e Sachertorte. Era um guisado de vaca com massa caseira de ovo e mais algumas coisas e um bolo com duas camadas de chocolate e uma cobertura de chocolate negro acompanhado de natas. Apresentação magnífica num ambiente fantástico em plena baixa de Lisboa. E agora perguntei eu? “Agora vamos ao EXD’11/Lisboa”. É o experimenta. Várias exposições espalhadas por toda a cidade. Escolhemos uma. A temática era o Useless. E era no antigo Tribunal da Boa-Hora (aparte, aparte, estive na sala da 6ª Vara onde julgaram o Carlos Silvino). Mais uma vez estupefacto, era algo diferente. Algo, diríamos, sinistro. Mas com o seu q.b. de assombroso. E o meu sentido ficou, novamente, em algo escrito numa das paredes de um designer.
“Como recordar o que nunca aconteceu? Algo que nunca tenha acontecido não pertence nem à verdade nem à falsidade. A memória regista apenas uma ínfima parte do que realmente aconteceu, e guarda inevitavelmente essa parte como verdade de todo.”
Regresso. Está uma alemã sentada num banco de autocarro e o lugar ao lado dela é o único livre quando na próxima paragem um guineense entra. Boquiaberto, reparo que a conversa é feita em inglês básico mas que no final ali se fez uma nova amizade. Surreal e belo ao mesmo tempo.

Post-Scriptum: Em falta: Máquina Fotográfica.

Adenda. Consegui reparar na crise que atravessa o "País". Vi uma cigana a roubar um chinês!

Sem comentários:

Enviar um comentário